Aprender a lidar com as pequenas e grandes perdas é um exercício essencial para que as crianças se tornem adultos confiantes e resilientes. Embora os pais não queiram que seus filhos passem por isso, os momentos tristes têm um papel importante no desenvolvimento infantil. Entenda um pouco mais sobre esse assunto no texto de hoje.
Quando as crianças começam a sentir as perdas?
Não existe um momento específico para ensinarmos a reconhecer uma perda:as crianças tem este sentimento desde cedo. Embora isso cause uma pontada de angústia aos pais, a sensação aparece logo após o nascimento, quando ela perde o contato com o ambiente em que tudo era suprido pelo organismo da mãe, e passa a ter que lidar com as angústias de suas necessidades básicas . Ao longo do tempo, as perdas estendem-se para: os brinquedos, a roupa preferida que não serve mais, a professora preferida que não estará na próxima série, os coleguinhas que mudam de escola, etc. Enfim, é ilusório pensar que privar a criança de ter que lidar com esse sentimento é preservá-la.
É importante que desde cedo a criança saiba superar a perda
Já que as perdas fazem parte do cotidiano, é importante, quando houver a oportunidade, ensiná-las a superar esse momento. Entenda: não é ensinar a não sentir. É trabalhar com elas estratégias que ajudem a entender o sentimento, de onde ele vem, sua importância naquele momento e, em seguida, a seguir em frente. É ensinar que perde-se o útero para ganhar o colo. Perde-se o colo, pois se adquiriu a capacidade de andar sozinho. Perde-se a professora querida, pois as notas foram boas a tal ponto que ela conseguiu ser aprovada naquela série. Ou seja, o importante é mostrar que a tristeza causada pela perda é momentânea.
Como deve ser o auxílio dos pais nesses momentos?
Para vocês, pais, este não é o ensinamento mais agradável, é claro. No entanto, tente compreender que a dor é temporária e as crianças, se bem auxiliadas, recuperam-se rapidamente. Assim como é importante que a criança não seja privada de ensinamentos como frustração e tristeza, é igualmente importante que ela tenha alguém para escutá-la e que esteja disposto a conversar com ela sobre isso.
Como lidar com a morte no ensino infantil
Para os responsáveis pela educação de uma criança, é quase inimaginável pensar que sua querida e tão nova criança tenha que lidar com uma dor tão grande. Mas essa é uma possibilidade real, a começar pela perda dos bichinhos.
Não existe idade certa para tocar no assunto. Aborde o assunto quando a necessidade ou curiosidade aparecer — o mais importante é escutar o que o pequeno tem a dizer. Especialistas em comportamento infantil ensinam que é importante deixar três pontos claros:
- Universalidade: tudo que possui vida, algum dia vai morrer;
- Irreversibilidade: a morte é irreversível;
- A não funcionalidade: depois que aquele ser morreu, ele não tem mais qualquer ação (correr, pensar, comer, dormir, etc).
Entendido isto, vá com calma, esses ensinamentos podem começar em coisas simples e rotineiras, como o ciclo de vida das plantinhas, por exemplo.
As pequenas e grandes perdas cotidianas são reais, ainda que aos pais seja custoso pensar nisto, é muito importante que elas sejam abordadas na educação infantil. Essa tarefa cabe aos pais e responsáveis, que devem procurar estar presente nesses momentos, para prestar consolo e orientação.
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