Texto cedido por:A barata diz que tem
Desde que me tornei mãe, tenho aprendido mais coisas com meus filhos do que ensinado. E um dos ensinamentos que mais tem me tocado é que cada criança tem seu jeitinho de aprender — seja sozinha, com a ajuda dos pais, usando brinquedos educativos ou pedagógicos, etc. Nós, adultos, temos a tendência de compartimentar as coisas e, assim, atrelamos, por exemplo, o desenvolvimento da criança ao desempenho de suas atividades na escola.
Esse foi um ensinamento que recebi do meu filho mais novo. Ele está nos anos iniciais e não tem muita afinidade com os números. Portanto, fui chamada algumas vezes em sua escola para me comunicarem do seu baixo rendimento em matemática. Todas as vezes, meu comportamento sempre foi o mesmo: conversar, acompanhá-lo com as tarefas de matemática, garantir que ele estava realmente estudando e exigir mais empenho.
Na última vez em que fui chamada à escola, assim que cheguei em nossa casa, chamei-o para conversar, e ele veio com a seguinte fala: “Já sei! Já sei! Tenho que me esforçar mais e você vai querer ver minhas tarefas”. Ele não fez isso de forma grosseira, estava apenas me mostrando, ao seu modo, que nós estávamos andando em círculos.
Então, respondi que sim, ele teria que se esforçar mais, mas resolvi mudar minha forma de incentivar seu desenvolvimento. Ficou curioso para saber o que eu fiz? Então, confira:
1 – Começamos a cozinhar juntos
Como sua dificuldade era em matemática, em especial medidas, chamei-o para criar um livro de receitas e cozinhar comigo. Como trabalho durante a semana, combinamos que isso aconteceria aos domingos.
Assim, durante as tardes de domingo, nos revezamos entre escrever o tal livro e fazer as receitas. Mesmo quando sei quais são todos os ingredientes, sempre peço para que ele leia para mim. Sempre que há dúvidas, conversamos. Assim, ele começou a treinar as proporções e medidas.
As melhores receitas “ganhavam” o direito de fazerem parte do nosso livro e adivinhem quem fazia o registro? Sim, o meu pequeno.
2 – Alterei (um pouco) seus jogos
Como todas as crianças, bastava ter qualquer horinha de folga que meus filhos corriam para o computador. Porém, com esse novo cenário, de baixo rendimento escolar, percebi que era hora de usar esses momentos de maneira mais proveitosa para eles, mesmo que não fosse estudando diretamente — comecei a tentar melhorar a qualidade do tempo deles.
Assim, diminuí o tempo na frente do computador e aumentei os incentivos para que brincassem juntos e com outros coleguinhas. Como eu fiz isso?
- Comprei uma grande quantidade de folhas brancas, lápis de colorir, giz de cera, pinceis e tinta a base de água — deixei todo o material à disposição deles.
- Para que o ambiente ficasse mais atrativo, busquei no Google imagens de super-heróis para colorir. Imprimi algumas cópias e deixei próximo ao material de desenho.
- Adquiri alguns jogos pedagógicos, dentre eles o que fez o maior sucesso, foi oTroca Troca O Desafio. Ele é um tabuleiro de madeira, com nove grupos e suas respectivas cores, cada um com nove “casinhas” e oitenta e um bloquinhos de madeira separados também por nove cores. O objetivo é colocar os bloquinhos nas casinhas, de modo que as cores dos bloquinhos não se repitam em nenhuma linha, coluna ou algum dos nove grupos.
3 – Investi em leituras lúdicas
É claro que eles continuam lendo os textos e livros que a escola sugere. Mas ainda não é uma garantia de que desenvolverão o gosto pela leitura. Pensando nisso, resolvi investir em gibis. Todas as noites, antes de dormir, eles leem uma parte para mim — cada dia um dos dois dá continuidade à leitura.
Mas, isso foi aqui em casa, de acordo com o gosto dos meus filhos. No seu caso, talvez, a melhor escolha sejam livros que venham com marionetes ou, ainda, contos de fada.
Pelo que tenho vivenciado, creio que o mais importante é observar e incentivar o desenvolvimento da criança de acordo com a dinâmica da sua casa. Na minha, o que começou como um problema de “afinidade com os números”, se tornou uma lição para mim e uma forma de aprimorar o desenvolvimento do meu filho.
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